sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Primeira vista1

A primeira vista, aqueles olhos redondos, redondos e escuros.
Só a primeira vista não bastou.
Outras vistas e visitas que fizeram um reconhecimento de terreno, reconhecimento de interior.
Não bastou somente à primeira vista para ver os sorrisos que proporcionava, sorriso de dentes certos de aparelho uma vez usados.
Não bastou somente a primeira vista para provar as mãos de carinhos próprios, mãos um tanto quanto macias,
porém com as pontas dos dedos calejadas de tirar notas e fazer um som.
Não bastou somente a primeira vista para entender que estava tirando de mim tudo que um “gostar” não me preenchia.
E nunca vai bastar tempo suficiente para que tire tudo o que falta.
Tirar a solidão que vez ou outra bate aos ouvidos,
tirar a abertura e incansável espera de outro alguém, tirar a vontade de colo. E tirar tantas outras coisas para dar espaço aqui dentro para boas novas.
 Espaço para novos momentos, lugares e sabores.
Espaço para tudo aquilo que me preenchia de falta.
 
 

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