quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vida

"Há algum tempo,
li um livro que comparava a vida à uma viagem de trem.
Quando nascemos entramos nesse trem e
nos deparamos com algumas pessoas que julgamos,
estarão sempre nessa viagem conosco; nossos pais.
 Infelizmente, isso não é verdade.
Em alguma estação eles descerão e nos deixarão
órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível...

Mas isso não impede que, durante a viagem,
pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos!

Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio.
Outros encontram nessa viagem, somente tristezas.
Ainda outros circularão pelo trem,
prontos para ajudar a quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas,
outros tantos passam por ele de uma forma que,
quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros,
acomodam-se em vagões diferentes dos nossos.
Portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles,
o que não impede, é claro, que durante o trajeto,
atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e
cheguemos até eles...
Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado,
pois já terá alguém ocupando esse lugar.
Não importa, é assim a viagem: cheia de atropelos,
sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
Porém, jamais retornos.
 
Foto: Vida 

"Há algum tempo, li um livro que
comparava a vida à uma viagem de trem.
Quando nascemos entramos nesse trem
e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco; nossos pais.

Infelizmente, isso não é verdade.
Em alguma estação eles descerão e nos deixarão
órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível...

Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes
e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos!

Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio.
Outros encontram nessa viagem, somente tristezas.
Ainda outros circularão pelo trem,
prontos para ajudar a quem precisa. 

Muitos descem e deixam saudades eternas,
outros tantos passam por ele de uma forma que,
quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros,
acomodam-se em vagões diferentes dos nossos.
Portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles,
o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos
com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles...
Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado,
pois já terá alguém ocupando esse lugar.
Não importa, é assim a viagem: cheia de atropelos,
sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
Porém, jamais retornos

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DEUS DE CADA UM:

Deus do tempo,
Deus do vento.
Deus paterno,
Deus materno.
Deus de Deus...
Deus verdade.
deus mentira.
Deus silêncio,
Deus lamento.
Deus de Deus...
Deus meu,
Deus seu.
Deus de Deus,
Deus dos seus.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Animo!

JAMAIS desanime!
Embora sua dor pareça insuportável e sem remédio,
ela há de terminar,
e a alegria voltará a brilhar em seu coração.
Não há noite eterna à qual não suceda a luz de um dia radiante.
Dos sofrimentos passados,
conservamos apenas uma lembrança quase apagada.
Assim acontecerá amanhã com os sofrimentos de hoje.
Entregue tudo ao Tempo, que, com sua mão compassiva,
balsamizará todas as suas dores.
 
 (C. Torres Pastorino)
 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

SENDEIRO CONSCIENCIAL - IV* (Tua Alma é O Teu Maior Tesouro)

Há algo mais dentro do teu coração: é tua própria Alma!
Mas, raramente tu ouves o que a tua essência real te diz.
Na verdade, tu tens escutado muito mais o teu ego.
Muitas vezes, tu tergiversas diante de tua jornada espiritual e deixa de ver a verdade de frente. Isso acontece porque tens escutado tua mente em demasia, e não tens ouvido a verdade da tua Alma.
Tu navegas às cegas pelo mar da vida e não sabes para qual porto tua nau está indo... Então, porque tu não usas a bússola que carregas em teu coração?
É a tua Alma!
Em muitas ocasiões, deste crédito ao que outras pessoas te disseram, mesmo os péssimos conselhos de algumas delas, mas não deste crédito ao que está dentro de ti mesmo.
Quando é tua Alma que chama, tu fazes ouvidos moucos e até te irritas porque sabes que a voz da verdade é diferente da voz do teu ego.
Tu tens negado tua própria Alma, como se fosses uma casca oca e desprovida de conteúdo verdadeiro.
Contudo, a chama espiritual continua acesa dentro do teu coração.
E como isso pode ser um mistério para ti?
E de onde vêm as intuições providenciais, que te salvaram diversas vezes?
O que anima o teu viver de formas admiráveis?
De onde vem o sopro vital que impulsiona tua vontade e teus passos na senda da vida?...
É tua Alma que te carrega e não o contrário!
Se tua mente é poderosa, o teu coração é mais... Porque contém tua essência vital, o teu Ser real.
Presta atenção: sem tua Alma, tu não és nada!
Mergulha em ti mesmo e levanta o véu de tua ignorância.
E, só então, tu perceberás a verdade: é tua Alma que te carrega!

P.S.: Tua alma...
Teu sendeiro consciencial!
Tu jornadeias em teu próprio coração...
Que é o templo real.
Tu caminhas pelo Todo...
Em ti mesmo.
Teu sendeiro consciencial...
Tua Alma!

Paz e Luz.

Nota: Os Iniciados - grupo extrafísico de espíritos orientais que opera nos planos invisíveis do Ocidente, passando as informações espirituais oriundas da sabedoria antiga, adaptadas aos tempos modernos e direcionadas aos estudantes espirituais do presente.
Composto por amparadores hindus, chineses, egípcios, tibetanos, japoneses e alguns gregos, eles têm o compromisso de ventilar os antigos valores espirituais do Oriente nos modernos caminhos do Ocidente, fazendo disso uma síntese universalista. Estão ligados aos espíritos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Segundo eles, são "iniciados" em fazer o bem, sem olhar a quem.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Amigo é coisa pra se guardar...

AMIZ

Um filho pergunta à mãe:
- Mãe, posso ir ao hospital ver meu amigo? Ele está doente!
- Claro, mas o que ele tem?

O filho, com a cabeça baixa, diz:
- Tumor no cérebro.
A mãe, furiosa, diz:
- E você quer ir lá para quê? Vê-lo morrer?
O filho lhe dá as costas e vai. Horas depois ele volta vermelho de tanto chorar, dizendo:
- Ai mãe, foi tão horrível, ele morreu na minha frente!
A mãe, com raiva:
- E agora?! Tá feliz?! Valeu a pena ter visto aquela cena?!!
Uma última lágrima cai de seus olhos e, acompanhado de um sorriso, ele diz:
- Muito, pois cheguei a tempo de vê-lo sorrir e dizer:
'EU TINHA CERTEZA QUE VOCÊ VINHA!'

Moral da história: A amizade não se resume só em horas boas, alegria e festa. Amigo é para todas as horas, boas ou ruins, tristes ou alegres.

 
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Solidariedade faz bem!

Você conhece uma mãe que perdeu um filho?
Então telefone pra ela, conte-lhe sobre um filme que você assistiu;
com certeza ela não vai se interessar pelo que você está contando, mas vai se lembrar que alguém ligou pra ela.
Passe na casa dela, eu sei é desagradável visitar alguém que sofre, mas diga que está com pressa, minta,
ela nem vai perceber que você está mentindo.
Abrace-a, um abraço apertad
o, gostoso, se ela molhar sua roupa,
tudo bem é só lavar depois.
Se você fizer um bolo, leve um pedaço pra ela;
um bolo nunca mais terá gosto de festa,
mas pode ter gostinho de amizade.
Deixe que ela fale sobre seu filho; vivo ou morto é o filho dela, ela tem saudade, ela tem lembranças; ela tem que viver.
Sobra tão pouco para uma mãe que perdeu um filho,
independente de quantos ela tenha,
que um simples sorriso pode iluminar seu dia.
Você sabe o que é solidão?
Não! Então, lembre-se dela. Não diga o que ela tem que fazer,
ela não tem fazer mais nada e jamais diga:
esqueça, já passou, ou: você tem seguir sua vida;
apenas ouça o que ela tem a dizer; faça-lhe companhia.
Se você conhece uma mãe que perdeu seu filho, abrace o seu.
Não tenha medo de dizer: te amo; eu sei, adolescente é chato,
mas ele vai gostar de ouvir.
Já é adulto! Não tem importância, diga-lhe:
estou aqui e aproveite cada dia com ele
lembrando de tudo que ela daria para ter um dia assim.

(Mirian Pires)
 
Foto: Cálidos Prantos (Poesia Mediúnica)

Cálidos prantos
Por mim chamam
Na imensidão do tempo
Que teima em não passar.
Sinto-os em mim,
Esses cálidos prantos.
Meu ser, minha alma, 
Todos ínfimos recantos
Gemem em mim esses cálidos prantos.
Janela aberta,
Luz no horizonte,
Daquela auspiciosa descoberta
Da Luz Divina,
Da imensidão do Amor
Do etéreo de minha alma.
Ah! Sinto em mim esses cálidos prantos.

Canalização: Alfa Dourado

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Preces

“Em minhas preces de todo dia,
sempre peço coragem e paciência.
Coragem para continuar superando as dificuldades do caminho
naqueles que não me compreendem.
E paciência,
para não me entregar ao desânimo diante das minhas fraquezas.”

 (Chico Xavier)



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Lista de Pequenas Coisas e Pequenas Mudanças

A felicidade pode ser atingida com a prática diária de pequenas coisas, veja abaixo uma lista interessante de pequenas coisas e pequenas mudanças que podemos fazer para ajudar nessa busca:
1- Faça uma lista das pequenas coisas que te faz feliz;
2- Fique atento para tudo que te rodeia.
3- Crie rotinas que você aprecia, por exemplo, um relaxamento antes de ir para a cama;
4- Pratique pequenos gestos de generosidade;
5- Reconheça que as suas realizações acontecem por meio de pequenas ações. Realização traz satisfação;
6- Faça um relatório das suas pequenas ações, como as desenvolveu e os resultados;
7- Pratique o otimismo – olhe para o lado bom;
8- Encontre pequenas experiências positivas no seu cotidiano;
9- Preste atenção no que você tem e não naquilo que você não tem;
10- Pare por um momento, reduza a velocidade.
11- Olhe para o lado bom do mundo. Você vai se surpreender;
12- Ria, sorria – faz bem para a saúde.

InternetLista10-20121120-194527.jpg

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Melhor não entender...

Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
 
(Clarice Lispector)
 

 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Desencarnações Coletivas (Emmanuel)

Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?
(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).
RESPOSTA:
Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação,
no mais severo julgador de si próprio.
Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.
***
Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida,
em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios,
inexplicáveis sem a reencarnação.
***
Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança.
É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.
***
Lamentemos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.
Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
(Transcrito do livro: XAVIER, Francisco C. Autores diversos. Chico Xavier pede licença. S.Bernardo do Campo:
Ed. GEEM. Cap. 19).
 
(Enviado pela mãe eterna Izabela Cabral)

sábado, 16 de fevereiro de 2013

PERDAS

Perdemos pessoas, e esta é a mais expressiva perda que sofremos – deixa marcas, vazios, abismos,
e uma dor irremediável.
Pela morte somos forçados a aceitar a ausência de quem amamos, considerando que a maioria de nós não saiba lidar bem com esta partida. Quando as pessoas se vão de nossas vidas, ou nós saímos das suas, vivemos o período de luto pela perda de tudo que a pessoa representa, ou representou. Ela pode ser, ou ter sido, nosso sonho mais perfeito, pode representar o significado mais absoluto da expressão felicidade. Talvez sejamos nós seu mundo mais bonito, e que, por inúmeras razões, perdeu esse valor, deixando de fazer sentido – tanto que nos deixam partir. Nos dois casos, a perda é dolorosa,
e atinge as defesas que possuímos,
nos cobram um preço alto e custamos a nos recompor.
No entanto, as perdas são mais presentes na nossa vida do que percebemos, enquanto vivemos o cotidiano. Perdemo-nos dos nossos sonhos, no caminho, de nós mesmos.
Perdemos a fé, a viagem, o horário. Perdemos a paciência em momentos cruciais. E perdemos a direção, o propósito, o encanto. Perdemos a ousadia nas circunstâncias em que a capacidade de ousar pode fazer a fundamental diferença.
Perdemos o lugar na fila, papéis importantes, o interesse. Oportunidades são perdidas, assim como o avião, as ideias, o bom humor. Perdemos a hora, a consulta, o amigo. Perdemos a noção, a vergonha, a postura. Perdemos o jogo, o emprego, a competição. A beleza, o espaço, a segurança. Perdemos a razão, a malícia, a vaidade. O sorteio, a festa. Perdemos a certeza. Caem os dentes, o lucro, a delicadeza. Perdemos a visão, o voto, a sanidade, a educação. Perdemos a inocência, a fala, o bonde. Perdemos a alegria, o ânimo, a constância, a determinação. Perdemos peso, bens materiais, a auto-estima.
Perdemos a melodia, o momento, o equilíbrio, a fome, o sono. Perdemos a capacidade de nos surpreender, e aos outros. Perdemos a habilidade em tratar de nossas questões e resolver os conflitos. Perdemos o suspiro de prazer, ganhamos a angústia para cuidar. Perdemos o colo, ganhamos o mundo. Perdemos o gol feito, a voz, o medo. Perdemos a esperança, o desconto que não pedimos. Perdemos as lembranças, a agilidade, a memória. Perdemos o respeito, o senso crítico, a amabilidade. Perdemos boa parte do dia dedicando atenção desnecessária a assuntos desimportantes. Perdemos a lucidez, a timidez, o desejo, a juventude. A graça, o sentido, a espontaneidade.
Perdemos chances únicas, valores antigos e tempo. Perdemos tempo entristecendo por tão pouco, considerando opiniões e pessoas que não somam, incentivando quem não quer nenhum tipo de ajuda – e deixa isso claro. Perdemos tempo acorrentados a um passado feliz, ignorando o futuro gestado num descuidando presente. E quanto tempo perdemos em lamentações, justificativas, porquês, medos, anseios, procuras vãs de coisas de pequena importância e valia! Talvez devêssemos gastar mais desse tempo repensando-nos, (re)avaliando sentimentos, comportamentos, buscando e encontrando soluções, novas formas de combater as dificuldades, resolver algumas questões, conhecer um pouco mais desse ser que construímos, e que perde sim, para ganhar experiência, força, recursos e evoluir.
Perdemos a saúde, por fim a vida. Mas, antes, corremos o risco de perder a paz, enquanto pranteamos as perdas grandes, desprezando as pequenas desistências diárias que fazemos em direção à morte de tudo que já foi importante, da essência de tudo que nos faz sorrir e olhar a vida com os olhos curiosos de uma criança, daquilo que arrepia os sentidos, faz pulsar o coração, a vida valer a pena!
(Denise Araujo)


 Carregando foto

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

EU ACREDITO EM DEUS

Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, ou o porteiro.
O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém.
É uma idéia, uma energia, uma eminência.
Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não tem trono.
O Deus que me acompanha não é bíblico.
Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos,
algumas parábolas e um pensamento que não se renova.
O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros,
mas sua superioridade está na compreensão das diferenças,
na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas
que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.
Não distribui culpas a granel: As minhas são umas,
as do vizinho são outras, e nossa penitência é a reflexão.
Ave Maria, Pai Nosso,
isso qualquer um decora sem saber o que está dizendo.
Para o Deus em que acredito só vale o que se está sentindo.
O Deus em que acredito não condena o prazer.
Se ele não tem controle sobre enchentes, guerrilhas e violência,
se não tem controle sobre traficantes, corruptos e vigaristas,
se não tem controle sobre a miséria, o câncer e as mágoas,
então que Deus seria Ele se ainda por cima condenasse o que nos resta: O lúdico, o sensorial, a libido que nasce com toda criança e
se desenvolve Livre, se assim o permitirem?
O Deus em que acredito não me abandona,
mas me exije mais do que uma visita à igreja,
uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres:
Cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma Cruz gigante nos ombros.
A Cruz pesa onde tem que pesar: dentro.
É onde tudo acontece e tudo se resolve.
Este é o Deus que me acompanha. Um Deus simples.
Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante,
sabe tudo e vê tudo.
Meu Deus é discreto e otimista.
Não se esconde, ao contrário,
aparece principalmente nas horas boas para Incentivar,
para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso:
Um abraço num amigo, uma música na hora certa, um silêncio.
É onipresente, mas não onipotente.
Meu Deus é humilde.
Não posso imaginar um Deus repressor e um Deus que não sorri.
Quem não te sorri não é cúmplice.
 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

VALENTIA


É preciso ser valente para entender um Deus que
nos leva de repente a mesma vida que deu.
Que plantou uma semente e com a própria mão colheu.
É preciso ser valente para enfrentar o mundo.
Entender que ele nasce e morre a cada segundo.

O que nos parece o fim, para Ele é o começo de tudo.
É preciso ser valente para enxergar no escuro e
ver a vida como ela é e acreditar que há futuro.
Se para nós o fruto é verde para Deus deve estar maduro.
É preciso ser valente para aceitar sua vontade,
mesmo quando dói na gente e rouba nossa felicidade.
Ontem estava aqui presente e hoje já virou saudade.
Apenas se encantou...
Virou estrela...
Em estrela se disfarçou.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tragédias coletivas: por quê?

A dolorosa ocorrência do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS) causando a morte de pelo menos 231 pessoas, nos traz a angustiosa a pergunta: por quê? Por que acontecem essas tragédias coletivas?
Todas as vítimas foram identificadas ontem (27/01/2013) e 106 continuavam internadas, 14 delas na capital. A maioria, jovens reunidos em uma festa de universitários, morreu asfixiada. Celulares tocavam nos bolsos das vítimas enquanto elas eram resgatadas, provavelmente familiares desesperados em busca de notícias, o que causou comoção entre as pessoas.
O fogo começou na espuma de isolamento acústico da boate Kiss, após um dos integrantes de uma banda manipular um tipo de sinalizador, que atingiu o teto. O guitarrista disse que o extintor de incêndio não funcionou. Segundo sobreviventes, os seguranças, antes de perceberem o incêndio, teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.
Na era das redes sociais, uma vítima, adicta do facebook, pediu socorro pela Web. Uns tantos “curtiram”, não deu tempo dela responder aos comentários…
Por que acontecem essas tragédias coletivas?
Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, saindo da boate antes do sinistro ou desistindo na última hora de ir à balada, sob insistentes pedidos dos pais?
Por que alguns foram poupados e outros receberam uma dolorosa morte com o trágico incêndio da casa de espetáculos?
O Espiritismo procura ter as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de consequência, consolam os corações humanos.
Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel, pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.
Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória — a queda do avião da Gol em voo de Manaus para Brasília, o queda da aeronave da Tam em voo de São Paulo para o Rio; o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; tsunamis; terremotos — enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade.
Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando, pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus…
N’O Livro dos Espíritos, Allan Kardec escreve sobre as provações coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme as questões 737 a 741. E o entendimento que tomou corpo sobre esses trágicos eventos pode ser buscado em vidas anteriores daquelas vítimas atuais, a Justiça Divina se realizando através da lei do Carma.
Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorreu espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando 503 pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.
Sobre essa dramática ocorrência, que comoveu a todos, minucioso esclarecimento foi feito pelo Espírito Humberto de Campos, inserida no livro Cartas e Crônicas.
Narra o cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível.
Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados. Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.
Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.
Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: —”Cristãos às feras!”
Todos aplaudiram a ideia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo.
Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.
Afirma Humberto de Campos que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.
Uma outra tragédia também mereceu dos Espíritos vários esclarecimentos. Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas.
Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro Diálogo dos Vivos.
Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia.
O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e aqui está transcrito:
Luz nas chamas
Cyro Costa
(Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.)
Fogo!… Amplia-se a voz no assombro em que se espalha.
Gritos, alterações… O tumulto domina.
No templo do progresso, em garbos de oficina,
O coração se agita, a vida se estraçalha.
Tanto fogo a luzir é mística fornalha
E a presença da dor reflete a lei divina.
Onde a fé se mantém, a prece descortina
O passado remoto em longínqua batalha…
Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.
Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória…
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.
Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã.
Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.
Vejamos agora outro soneto
Incêndio em São Paulo
Cornélio Pires
Céu de São Paulo… O dia recomeça…
O povo bom na rua lida e passa…
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.
A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa…
A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto…
Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto…
A ideia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor a essas questões?
As orientações do mundo espiritual sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, incutida na consciência, promove a necessidade da reparação.
Allan Kardec leciona de forma admirável a respeito das expiações, em O Céu e o Inferno (cap. 7 – As penas futuras segundo o Espiritismo). Esclarece que “o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem”.
Assim, expressa Kardec, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação. “O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa”.
Este é o “Código penal” da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios:
lº O sofrimento é inerente à imperfeição;
2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela procedente, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo;
3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra — tal é a lei da Justiça Divina.
(Texto de Suely Caldas Schubert, adaptado por Juarez Duarte Bomfim)