sábado, 25 de outubro de 2014

De onde venho?!!

Uma troca simples de mãos para que a melodia vingue
no andamento em que nos reconhecemos.
Uma fracção de tempo, um disparo...

para que se entreteçam as pedras, os blocos de fogo.
Hoje disponho o mar ante os teus olhos, a tempestade,
a crueza sistemática das coisas,
essa chuva que arde neste efémero instante
que corta a costa, a barra, o farol.
De onde venho?
Correspondo a que uivo nesta solidão entre o abismo e coisa nenhuma?
 
(Amadeu Baptista)
 


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