segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Prece pela Tolerância (Voltaire)

Não é mais aos homens que me dirijo. É a você, Deus de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos.
Que os erros agarrados à nossa natureza não sejam motivo de nossas calamidades.
Você não nos deu coração para nos odiarmos nem mãos para nos enforcarmos. Faça com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira.
Que as pequenas diferenças entre as vestimentas que cobrem nossos corpos, entre nossos costumes ridículos, entre nossas leis imperfeitas e opiniões insensatas, não sejam sinais de ódio e perseguição.
Que aqueles que acendem velas em pleno dia para te celebrar, suportem os que se contentam com a luz do Sol.
Que os que cobrem suas roupas com um manto branco para dizer que é preciso te amar, não detestem os que dizem a mesma coisa sob um manto negro.
Que aqueles que dominam uma pequena parte desse mundo, e que possuem algum dinheiro, desfrutem sem orgulho do que chamam poder e riqueza e que os outros não os vejam com inveja, mesmo porque você sabe que não há nessas vaidades nem o que invejar nem do que se orgulhar.
Que eles tenham horror à tirania exercida sobre as almas, como também execrem os que exploram a força do trabalho.
Se os flagelos da guerra são inevitáveis, não nos violentemos em nome da paz.
Que possam todos os homens se lembrar que eles são irmãos!
(Enviado por e-mail pela mãe eterna Solange Melo)

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