sábado, 9 de abril de 2016

Perdas Prematuras


Em nossa sociedade o vínculo dos pais com os filhos é muito forte. Ao morrer, o filho leva com ele todas as suas necessidades, as preocupações, responsabilidades e atitudes diante dos pais, a alegria do reencontro.
Morrem também os sonhos e "morrem" os pais daquele  filho. Trata-se de um luto diferenciado de todos os outros: luto parental (luto de pais).
Com o passar do tempo, os pais podem voltar a fazer projetos de vida e planos, mas a dor sentida pela perda do filho continua por toda a vida. 
Para sempre, quando lembrarem e falarem de seus filhos, independente do tempo decorrido desde a morte, será como se o óbito tivesse acabado de acontecer, com a mesma intensidade, não importa quanto tempo os pais tiveram ao lado se seu filho.......
A dor tão intensa faz brotar um desejo de morte, a sensação de que não se pode viver mais. Cada dia se torna um pesadelo que não ocorre nos sonhos, mas sim na vigília. é uma dura aprendizagem que vivem essas famílias em sua vidas reconstruídas a partir da ausência, com a companhia de memórias e lembranças. Por isso é tão importante que as recordações tragam imagens idealizadas, que todos querem que sejam mantidas.
Várias são as formas de enfrentamento desta dor nos momentos mais agudos, ou quando há uma dor crônica diária, que parece eterna.
 Nesses momentos as alternativas são várias: ficar só, buscar grupos de apoio com pessoas que viveram situações semelhantes, psicoterapia etc.
A espiritualidade pode ajudar várias pessoas, mesmo que num primeiro momento haja uma revolta com Deus.

Do Livro Perdas Compartilhadas-  Fabiana Gradela e Maria Cristina Santa Baumgartner

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